domingo, 31 de maio de 2009

Meu medo é ser você,
Meu medo é crescer e depois perceber
Que pelo amor as coisas eu não me tornei o que esperava.
Sonhava acordada na varanda da casa,
No quarto escuro, na escola.

Meu medo é amanha olhar no espelho
E ver que rugas apareceram
Sem que eu pedisse contas ao tempo.

Oito horas de sono e mistério,
De dor e invenções,
De verdades caladas,
Cama confortável,
Café feito, mesa posta.

Tenho medo do afeto, do cadeado e do cofre.
De querer, imaginar e voar...

Cadeira vazia no canto da sala,
Era vermelha a bandeira hasteada.

Vestido azul, céu completo
Um suspiro aliviando o mundo.
E recriando outros verões
Esperando tanajuras caírem ao chão.
Desejando e relutando uma declaração de amor.

Declaração de entrega.
Declaração de gloria desprovida de ação.

Estranhos falam línguas que não se pode entender.
Nem mesmo é possível aprender.
Por isso tenho medo de ser você.



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