terça-feira, 9 de junho de 2009

Para Gal Costa

Uma mulher no palco

Sua boca
No palco cada passo, voz.
Vós que vem de longe.
Tão perfeita voz, mulher,
Nós ouvimos cada curva,
Das tuas pernas sobre ele, chão.

Somos seus escravos,
Escravos de teu veludo “dom”.
Senhora de cada canção.

Sua boca
O palco mudo denuncia
E eu, não.

Calo diante da perfeição
A voz que chegou ao rio, o rio do mar.
O mais profundo dos mares, solidão.

Felizes os que são tristes
Muda o gosto, tom,
Quando o vento bate...
Traz você, audição.

Num zunido abelha
Me acalenta lenta a alma.
Anti-solidão

Vozes, mil vozes.
Vós, mil de vós.

Uma mulher no palco, multidão.

Um comentário:

  1. Acho esse final tudo de bom. Mesmo que não seja pra mim. rs

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